Como é possível que nesta fotografia, a fileira de meninos que vemos, são crianças que foram vendidas pela família ou raptadas para trabalhar?
A TVI acaba de emitir uma reportagem da Alexandra Borges que foi até ao Gana para nos contar esta história. Vocês sabiam que é prática comum? Vocês sabiam que estamos a falar de crianças cuja idade se conta pelos dedos de uma mão? Que são obrigadas a desenlear redes em águas cheias de crocodilos. Que se afogam. Que morrem. Por exaustão. Medo. Fome. Doenças.
Vocês sabiam? Eu não. E fiquei chocada.
E chorei.
E dei graças por viver num país que, por muita merda que tenha, ainda não obriga pais a venderem os filhos a troco de uns míseros tostões para alimentarem os outros que ficam. Apesar de ser muito cruel...não consigo deixar de condenar estas familias. Eu não sei o que é viver para lá da pobreza. Eu não sei até que ponto vão os limites da miséria.
Condeno sim as pessoas que fazem destas crianças mão de obra a custo zero. Que fazem delas negócio. Mercadoria descartável se não servem. Basta atirar à água e afogar. Roubam-lhes a infância. O sorriso. A vida. Mesmo estando vivas, estas crianças morreram há muito. São fantasmas num corpo pequeno.
Será que o mundo alguma vez se importará com elas?
Pela reportagem encontrei alguém que tenta resgatar estes meninos. Cuida deles. Dá colo. Ensina-os que existe quem lhes quer bem. Faz de mãe e de pai. Chama-se Village of Hope. Visitem o site. Lá tem imensa informação sobre este problema.
Só me apetece desancar nesta escumalha toda. Desculpem... esta é mesmo uma questão de pele. Causa-me arrepios, náuseas...
E faz-me pensar. O mundo nunca será um lugar bonito...
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