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quinta-feira, 26 de abril de 2012

O fim

Eu em sei se ainda existe alguém que se dê ao trabalho de, de quando em vez, passar por aqui, à procura de notícias.
Confesso que o culpado desta minha grande ausência foi o facebook. De repente, tornou-se mais apetecível escrever pequenas frases a um número de amigos que, com o tempo, foi aumentando consideravelmente. Muitos dos que me liam também me encontraram lá. E é assim que vou sabendo daqueles que me liam e que eu seguia.
Tudo na vida tem um fim. E acho que é tempo de fechar este capítulo. Virar a folha e começar de novo. Aliás, já comecei. Numa nova morada. É como se tivesse mudado de casa!
Claro que ainda fazia sentido escrever aqui. Ainda para mais agora que tenho outro filho! Para os que não sabem, tenho um Puto que faz hoje 15 meses.
Já me passou a febre do facebook. Já estou cheia de saudades de escrever. Sobre a vida. Sobre os filhos. Mas desta vez decidi separar as águas. E criei dois novos blogues. Um para cada parte de mim, um lado A, para os filhos, e um lado B, para o que me apetecer. Sintam-se à vontade de me visitar. Espero-vos a todos aqui e aqui!
Este blog acaba aqui.
Obrigada por terem feito esta viagem comigo.
Beijos a todos,
Filipa

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ai phone!!!

De vez em quando pareço um boi a olhar para um palácio. Que é como quem diz, sempre que quero fazer qualquer coisa no meu I-Phone e ainda não sei como.... Não têm sido raras as vezes, confesso.

Tenho a certeza que noutros tempos da minha vida já era uma pró, uma expert da coisa. Hoje, como aliás já aconteceu noutras vezes passadas, rendo-me à minha condição de completa ignorante da coisa. Tipo loira dos I-Phones, entendem?

Ontem pedi para que me activassem o serviço de internet. Fiquei à espera, a carregar em todos os botões e aplicações. Em vão. Aquilo não dava sinal de vida nem por nada. Voltei a ligar para a operadora esta tarde. Do outro lado a vozinha irritante: "Sra Dona Ana, o serviço está activado desde ontem às 12 e merda" porque já nem ouvi o resto. Desligo. Volto a carregar em tudo. Nada! Nem tensão arterial, nem sistólica nem porra nenhuma. O mundo não queria, definitivamente, entrar no aparelho.

A minha sorte é que tenho um Rui que é assim uma espécie de anjo da guarda da maçã móvel. O Rui...aquele que, logho da primeira vez que fiquei sem bateria sem saber, me socorreu com um simples cabo de alimentação...Lá fui eu a correr, uma vez mais, a pedir ajuda para uma coisa tão simples. Nas mãos dele, claro! Faltava ligar o 3G. Óbvio!

Resolvido o mistério eis que me saio com a tirada que, CERTAMENTE, o fez pensar que sou mesmo uma atrasada mental:

- Porque é que estes teclados não têm acentos?
- Têm...diz ele a com ar de quem achou que eu estava a gozar com a cara dele.
- Mas o meu não faz! E até conheço muita gente que sofre do mesmo!

Ele olha-me. Acho que continua à procura de algum sinal de escárnio da minha parte. Percebe que não há...

- Então (diz ele como se eu tivesse 3 anos) carregas na letra e deixas fixar...

NO cabrão do écrã aparecem todas as acentuações possíveis da dita letra.

- Ah! Exclamo eu como se tivesse uma aparição da Nossa Sra de Fátima.

- Agora vais brilhar ao explicares isto aos teus amigos... (diz ele e eu imagino-o a pensar: "aos teus amigos totós")

Ele sorri. E diz-me que posso voltar sempre. Eu sei Ruil. E tu também sabes que voltarei. Muitas vezes!

Gosto muito do meu I-phone mas, como dizia o outro anúncio, às vezes só me apetece gritar " I-Phoda-se!!!!". Especialmente quando saio da sala do Rui com a nítida sensação de ser a miúda mais parva ao cimo da terra. :)))

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pergunta

Podemos ter saudades daquilo que nunca fomos, sentimos, vivemos ou tivémos?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Só podia!

Eu JURO que hoje, especialmente hoje, era mulher para sair à rua com um guarda-chuva destes!
A chuva irrita-me, é um facto. Deprime-me e frisa-me o cabelo. Fico com cara de quem levou com um pano encharcado bem no meio das trombas. Aliás...fico de trombas!

E pior fico quando, no preciso momento que saio de casa, mais do que uma tromba de água, parece que vem aí o Dilúvio, o fim do mundo. Não há Arca de Noé por perto. Trago a minha mala de marca a arrastar pelo chão. O casaco mal apertado. A lancheira da menina na mão. E a Dora Exploradora. E mais um monte de anûncios do Professor Caramba "colados" à mão da minha filha que, para ajudar à festa, me pede colo enquanto desce os degraus.

Chove a potes. Ao Deus de Ará. A rodos! O carro, percebo naquele instante, está longe. Ontem trabalhou-se até tarde e estacionou-se longe. O chapéu? No carro! Em casa não há nenhum. Então páro. Penso. Ponho tudo no chão. A mala de marca em cheio numa pegada de água e alguma lama. Facada no coração!!!

Peço à filha para que aguarde. "Mas não te sentes que a escada está molhada!". Fecho a porta do prédio e corro para o carro. Longe. O vento conspira e empurra a chuva para os beirais. Nem esses me valem nesta manhã molhada e já muito fora de hora...

Molho os estofos de pele do carro. Tiro o carro. Levo o carro à porta. Olho para o retrovisor e já eu sou uma sombra da imagem aprumadinha que vi há pouco na casa de banho. Olho borrado. Tenho de comprar um rímel à prova de água.

Saio com chuva. Tromba de água. Corro para o prédio e vejo a pequena a rir. "Ó mãe! Tás toda molhada!". Sim, penso eu, " e a Terra é redonda"...

Mete filha. Vendaval. Mais uma vez o vento a "deleitar-me" com o terceiro banho do dia. Ainda nem são 10 da manhã. No carro os estofos colam-se ao casaco pesado. E ela ri como se não houvesse amanhã. Inicio então o "kamasutra" de como prender o cinto da cadeirinha estando eu no banco da frente. Joelho no volante, perna esticada. Vira aqui, estende mais o braço e... missão cumprida!

Não vejo a ponta de um corno. O céu manda baldes de água. O asfalto faz saltar tampas de esgoto que vomitam mais uma enxurrada. A sorte é que eu, rapariga de pouca paciência, tenho treinado bastante e já aprendi a contar até 8. Ainda bem porque o cenário volta a repetir-se à porta da escola.

Instinto de mãe: "Caga lá no penteado e trata de tapar a miúda". Vai ela debaixo do chapéu. Eu a domar o vento. Com a Dora Exploradora debaixo de um braço. A princesa ao colo. A mala do lanche e o Professor Caramba que, pelos vistos, faz tudo menos livrar a malta do dilúvio.

Entro no carro. Volto a espreitar o espelho. A medo. E com razão. A franja recta transformou-se em pequenos corninhos eriçados. O liso está encaracolado. Parece que meti os dedos numa tomada. Limpo a cara com um lenço já usado. Qualquer coisa serve para voltar a ter ar de gente.

Chego ao trabalho esbaforida. Acordei há coisa de 2 horas atrás e já estou cansada....

Mas...eu e quantas mães? Quem é que hoje não amaldiçoou o tempo?

São Pedro ficou com as orelhas vermelhas. E depois?
Aposto que se fosse uma Santa a mandar no tempo, poupava as mães destas coisas!
Mas não...é homem. Só podia!
PS - Se alguém encontrar um chapéu destes à venda, por favor compre-me um!

domingo, 10 de janeiro de 2010

O portão

Olhar em volta uma última vez.

Sorrir ao recordar os momentos felizes encerrados num espaço que se perde para sempre.
Chorar pela inevitabilidade das coisas e da vida.
Trancar a porta.
Fechar o portão mandado construir para que a minha filha não saísse a correr para a relva.
Saber que a mãozinha dela não mais tentará abrir o trinco.
Mais um adeus mudo porque parece ridículo dizer alto e em bom som "Adeus casa, fui muito feliz aqui..."
Viro-lhe as costas e, assim, viro mais uma página da minha vida.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

I´m back!!!

Ao fim de 4 meses sem escrever...a vontade voltou!
Este blog está oficialmente RESUSCITADO e promete novas aventuras em breve.
Para os fiéis leitores, quero que saibam que, desde o último post, tudo ficou melhor. O Pai está bem e pronto para novas histórias!
Fiquem por perto, está bem?
Bjs

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Carta ao Pai:

Eu sei que vai tudo correr bem e que, quando chegar no Sábado à noite, te hei-de encontrar todo drogado e cheio de dores à pala do cateter que te enfiaram pela virilha acima ou, na pior das hipóteses, com um mecanismo qualquer enfiado na artéria para te pôr outra vez em boas condições. Até posso adivinhar que daqui a alguns dias, já andarás por aí a contar a toda a gente a tua mais recente aventura cardio-vascular e, quem sabe, a levares na cabeça da mãe por teres bebido uma cervejinha.

Mas não deixa de ser uma coisa importante e até com alguns riscos. E eu não estarei ao teu lado para te acompanhar. Como a vida é estranha e inesperada, resolvi escrever-te esta, inesperada também, carta para te dizer que vou pensar em ti estes dias todos e que vou pedir para que fiques bom depressa.

Sabes, só perante estas situações é que nós nos apercebemos os quão frágeis podemos ser e, por vezes, o quão injusta a vida também é. Sempre fazendo figas e rezas para que seja só uma história para contar, esta foi a maneira que encontrei para te dizer que gosto muito de ti, que preciso de ti e que não quero que te vás desta para melhor. Continuo a achar que o 10º D ou o 14 das Pedras d´el Rei, o Brasil ou o Burkina Faso, são bem melhores do que uma qualquer Quinta das Tabuletas. E depois aquilo é muito povoado e eu bem sei que tu gostas é de sossego e sem muita gente para te chatear.

Por isso, e resumindo, aguenta mais esta Jonny. Se a coisa der para o torto, não deixes que esse coração te vença. Ele existe para nos fazer viver e sentir, não para matar nem causar sofrimento aos que cá ficam. Usaste-o a vida toda para tocar. Usa-o agora para continuares cá e tocares os outros. Precisamos todos de ti. Todos de amamos à nossa maneira. Não te esqueças da tua neta nem da pulseira com o desejo para ficares bom do coração. Ela quer que a vejas crescer. Ainda tens de a ensinar a tocar violoncelo, lembras-te?

Um beijo do tamanho do mundo e desentope lá isso de maneira segura, tá? E já sabes, se vires a “LUZ”, afasta-te dela!