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terça-feira, 18 de setembro de 2007

de Ricardo Tavares


" Talvez exista um quarto desabitado em cada casa para guardar as palavras não ditas a tempo"


Hoje abri a porta e passeei pelas palavras que morreram na garganta.

Cruzei-me com aquilo que não vivi mas que poderia ter sido se tivesse falado.

A vida? Seria outra? E melhor do que esta? Mais feliz?

O que não disse a tempo?

Perdoa-me. Amo-te. Nunca me esquecerei de ti. Este foi um dia muito feliz. Obrigada.

No fundo, tudo o que não dizemos não nos pertence. É de outro. Desse infeliz destinatário que nunca chegou a receber a mensagem.

No fundo... calamos sentimentos.

O amor torna-se mudo e enche-se mais um bocadinho esse quarto desabitado com palavras suspensas.
Fantasmas.






1 comentários:

Lux Lisbon disse...

É uma verdade angustiante...e porquê?
Porque tenho um vale de palavras não ditas...Algumas não me arrependo de as ter travado na garganta...outras não as disse por tomá-las, ingenuamente, como garantidas.. mas acabei por perder a oportunidade de as dizer porque o coração e ouvidos que as iriam receber já partiram...