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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Bem hajas Conceição!

Confesso que estava com pouca disponibilidade mental quando peguei no livro da Conceição mas, poucas páginas depois, já estava completamente rendida ao ambiente das Urgências do Santa Maria e, sobretudo, à escrita desta minha colega com a qual nunca havia trocado uma palavra.

Hoje tive a oportunidade de passar uma manhã com ela e descobri uma pessoa maravilhosa. Sensível. Humilde. Atenta à realidade mas acima de tudo às pessoas.

A Conceição é jornalista e contou-me que este livro, o Serviço de Urgência, nasceu logo após a emissão de uma reportagem que fez, no mesmo hospital. Chamava-se "No Fio da Navalha" e foi distinguida pela AMI - Jornalismo contra a Indiferença. Mas é difícil contar tudo em 15 minutos de antena, por isso, a Conceição passou 3 anos no Hospital a recolher o que agora, tão habil e sabiamente, nos apresenta em livro.

"De banco" como médicos, enfermeiros e auxiliares, ela viveu o drama das Urgências do mais populoso hospital do país. Por ali viu passar todo o género de pessoas, toda a espécie de doenças. Foi ali que viu outros salvarem vidas. Foi ali que viu a morte levar alguém. Pelo meio conheceu muita gente. Rostos que nós só podemos imaginar. Olhos que ela viu e que a ela se abriram para contar a sua sorte. Cancro, Alzheimer, acidentes rodoviários, doenças raras.

A Conceição tem o dom de nos contar estas histórias de uma forma (para mim) surpreendente. Acho que escreveu este livro com o coração. Quebrou todas as barreiras ( que supostamente alguns jornalistas têm) e quis viver estas histórias. Não teve medo de se envolver. De abraçar o sofrimento alheio. De dignificar cada caso e, quem sabe, de mudar a vida de alguém como a da D. Irene e da filha Páscoa, recém-transplantada de um rim.

É uma lição de vida. Dá que pensar. Poderia ser qualquer um de nós a estar ali, naquelas páginas, naquele Serviço de Urgência.


Afinal, Conceição, somos todos tão frágeis, não é?

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