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terça-feira, 15 de abril de 2008

Um baloiço com vista para o desconhecido

Se eu entrar neste baloiço. Se eu empurrar o corpo com muita força, se a velocidade aumentar, se os meus pés quase tocarem no céu. Se eu largar as mãos e saltar...

Voarei?
Onde vou cair? Na relva fofinha ou no cimento agreste?
Desatarei às gargalhadas ou chorarei com o tombo?
Sei que me irei levantar. Mas de onde?
Para onde olharei quando me recompuser?
Salto por impulso ou por desejo?
A vontade de pular será uma vertigem ou miragem?

Se eu cair...
Quem estará lá para me dar a mão se precisar?
Estou por mim? Contigo? Ou contigo? Com quem?
Curas-me as feridas?
Sacodes-me a poeira?
Dás-me um beijinho e dizes que está tudo bem?

Se eu voar...
Voas a meu lado?
Puxas-me quando estiver cansada?
Deixas-me ir se tiver de andar mais depressa?
Metes a tua mão na minha boca se o coração quiser saltar cá para fora?

Quero andar no baloiço. Tomar balanço e balançar.
Cair ou voar não importa.
Quero viver.
Mudar. Se tiver de ser...

3 comentários:

Lux Lisbon disse...

o desconhecido pode ser bom!Eu pelo menos aprendi a gostar dele! :)

Fractal SMOG disse...

Nunca é tarde para nos atirarmos de cabeça para o desconhecido...

... Afinal, foi assim que vim parar a Lisboa: numa sucessão de mudanças que aceitei sem questionar!

Força, atira-te ao baloiço!

Paula disse...

Acho que a nossa vida se pode comparar a um baloiço. Às vezes anda mais depressa, outras mais devagar, às vezes largamos as mãos e caímos no cimento e choramos.
Outras, caímos na relva fofinha e rimos...
Não podemos é ficar com medo de andar neste baloiço e voar!
:)
Bjs!