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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Só para que conste...

A minha pipoca já usa o bacio!!!
Eu sei que isto não tem relevância absolutamente nenhuma para a Humanidade mas, no MEU MUNDO, é uma coisa muito solene e muito importante :)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pai sofre!!!

Em véspera de fim-de-semana, eis o telefonema delicioso que acabámos de ouvir: O João Paulo, nosso colega e apresentador, tem dois "pré-adolescentes" (dizem eles ao pai) que estão sozinhos em casa e, ao que parece, prontos para uma partidinha de Playsation.

JP- E já lancharam?
Pausa para ouvir a resposta
JP - Jogam mas só um bocadinho. Qual é que escolheram?
Nova pausa
JP- Mas não há nenhum jogo bíblico? Eu preferia...
Pausa
JP - Nem com Moisés?
Pausa
JP- Vejam lá o que é que escolhem. O pai gosta muito daquele da Fifa...

E o telefonema termina com as habituais recomendações...

Ai João Paulo! A tecnologia minou-te o lar! E com tanta oferta... Acho que nenhum santo te pode valer! Pai sofre!!!

Bom fim de semana a todos!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Quando a memória morre...

No passado Junho a avó caiu e foi parar ao Hospital. Tinha um coágulo na cabeça e um diagnóstico de Alzheimer que era desconhecido até então.

A avó fez 85 anos em Dezembro e nesse dia recebeu a primeira visita do lado visível da doença. Foi um dia rodeado de familiares e de amigos mas, para ela, foi um dia de regresso ao passado, um passado tão longínquo que ninguém soube identificar quem era a "Paulinha", nome que me chamou até à exaustão.

Depois veio o Natal. Como sempre na minha casa. Uma casa que ela não reconheceu nem sentiu como dela. Falou sozinha. De eposódios que ninguém conhecia. Do marido que já partiu mas que ela, naquela noite, fez questão de convidar. A avó já usa fraldas e não gosta de se sentir molhada. As faculdades estão muito longe de serem as de outrora, mas, ainda assim, deu-me a sensação de que ainda tem alguns resquícios de dignidade porque foi procurar as fraldas da bisneta e quis enfiar-se numa a todo o custo.

A meio do jantar, a avó olha para mim com os olhos arregalados. Deslumbramento, clic, lucidez. Por momentos, a avó levanta-se na minha direcção. O ar terno de sempre. " Estás a gostar do jantar, filha? Está tudo óptimo!" . Eu respondo optimista, ainda tentando deslindar se a memória voltou ou se é mais uma partida das células que estão a morrer. Mas não. A avó regressou a nós. E está feliz. Nós também.

"Já tens namorado Paulinha?". Minutos depois todas as expectativas caem por terra.

No Sábado estava óptima. Domingo encontrámo-la amarrada a um cadeirão. A avó está num lar. Não porque queiramos mas porque tem de ser...
Ao seu lado está uma das irmãs que suplica para que ela lhe diga o seu nome.
"Maria...como é que eu me chamo? Diz o meu nome mana!" . A tia está envelhecida e lívida. Não entende a doença nem percebe porque é que a irmã não se lembra dela.

A avó fala baixinho. Murmura coisas imperceptíveis. Umas atrás das outras. Vomita memórias e ladaínhas. Leva a pele das mãos à boca. Volta a olhar e há vazio nos olhos cor de mel. Percebo que nada reconhece. Parou no tempo. Lá atrás. Tremo. As lágrimas abeiram-se dos olhos. Mas há que ser forte por quem está mais fraco. Calço-lhe as meias que atirou para longe. Agora treme de frio e os pés estão gelados. Sei que não ficarão por muito tempo mas insisto.

Continua a remoer palavras, fala para dentro e ri. De quê? Ninguém sabe. A boca sem dentes escancarada. Mas a beleza continua ali, naquela pele que as rugas pouparam. O brilho jovem da tez...o cabelinho branco enrolado em caracóis perfeitos.

Pego-lhe nas mãos. Têm bolinhas da idade. No anelar o brilhante verde de sempre. A avó pega também nas minhas mãos e vai subindo com elas, devagarinho, até aos botões do punho do casaco. Agrada-me a sensação. Mas a boca encaminha-se para o botão e começa a sugá-lo como um bebé suga o biberão. Isto, sim. Isto choca-me. E deixa-me desarmada.

"O chá está quente" responde ela à pergunta que não quis fazer. Depois disto, fugi. Fui eu que não aguentei. E desfiz-me à saída.

Ontem a avó foi para o hospital. Está tudo bem agora mas "as células estão a morrer" diz o médico. Fica em observação. E eu fico aqui, sem saber como lidar com a morte da memória, com os últimos suspiros daquilo que nos liga ao mundo...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Querido parti a casa!

Pois o episódio de hoje é assim uma espécie de misto entre "Querido mudei a casa" e "Extreme Makeover"... a única diferença é que não tenho uma Sofia Carvalho nem um Ty... mas tenho uma Belinha (nome da mãe) cujos processos de planificação e execução de uma obra em casa dispensam grandes reflexões.

Ora imaginem: Mammy ao telefone com a Belinha na segunda-feira à noite:

M- Ai mãe! A sala está tão fria! Tive de usar a lareira e um aquecedor para aquecê-la!
B- Tens de dar um jeito à sala! Olha a menina! Pode constipar-se!
M- Pois... lá para a Primavera penso nisso. Gostava de pôr chão flutuante e, assim como assim, dava cabo do hall de entrada e fazia um open space...
B- Isso era o máximo!
M- E tirava a lareira!
B- Sim, essa coisa é medonha!
M- Pirosa!
B- Tira!
M- E punha aqui um papel de parede...
B- Mas com pinta!
M- Claro!
B- E mudavas as portas para os quartos e a da cozinha!
M- Não tinha pensado nisso mas...tens razão! Belinha, já te ligo, a Ema pendurou-se na mesa!

O devaneio morre. Penso eu.

Terça-feira à noite: Belinha liga do Algarve (está de férias)
B - Não digas nada antes de eu terminar! Falei com o Sr. Carlos!
M - Quem?
B- O sr. que me remodelou a casa!
M - Está tudo bem?
B - Falei-lhe da tua casa! Ele faz e o preço é dado! Manda a baixo, pinta, põe chão, portas...tudo menos papel!
M - E então?
B - Começa na quinta de manhã!
M - Ó mãe mas eu agora...
B - Tá em saldos! Com materais e tudo!
M - Tenho de falar com o marido...
B - Ele já sabe!

Ah....

Ontem fui trabalhar. O dia todo. À noite estive a escolher o chão. E a empilhar móveis e caixas no escritório e na cozinha. E a fazer as malas. Vou para casa da mãe...

A obra arrancou hoje às 8 da manhã. Às 9 já não tinha lareira :)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Se eu fosse um pinguim...


Tenho a certeza que hoje bateria palminhas...

Mas como não sou... sou apenas uma jornalista infeliz que vai passar o dia na rua... estou mais assim:

Como eu ODEIO o frio!!!